Por Melissa Hayashi
Para efeito de estudo e apresentação sobre o tema, a situação carcerária do Brasil, foram destacados um vídeo e uma matéria neste post. Ambos ajudarão na compreensão do leitor acerca do tema, ampliando seus conhecimentos a partir de dados e interpretações sociológicas do sistema.
O vídeo, narrado pelo Doutor em sociologia Luis Flávio Sapori, explica as seis medidas para mudar a realidade do sistema prisional brasileiro, alegando que para que isso ocorra, a iniciativa deve ser especialmente do governo e que o mesmo deve financiar tudo que for necessário para essa melhoria. Os fatores abordados pelo sociólogo são: superlotação, equipes técnicas das prisões, serviços básicos, ociosidade dos presos, legislação de tóxicos e revisão das penas.
Matéria de Maria Fernanda Erdelyi, publicada no G1, mostra com eficiência - por meio de inúmeros gráficos - a superlotação das penitenciárias brasileiras (veja aqui), e revela que atualmente, a população carcerária do Brasil é de 726.000 presos, com crescimento significativo nos últimos 10 anos, distribuídos em 470 penitenciárias do país inteiro. A taxa de reincidência ao crime no Brasil é de 70% (apesar de a notícia refutar essa porcentagem) segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, e esse é um motivo importante para explicar o grande aumento da população carcerária nos últimos anos.
Ela enfatiza que a concentração dos presos no Brasil é, de fato, bastante desigual. Os números são de 61 mil em MG, 28 mil no PR, 219 mil em SP, 39 mil no RJ e 31 mil no PE, sendo que a maioria desses estados apresentam penitenciárias com superlotação.
A superlotação é um problema evidente no sistema carcerário brasileiro, que é resultado de características como a demora no julgamento dos casos, o encarceramento em massa devido, por exemplo, à polícia de guerra as drogas e etc, sendo que 40% do total de presos são provisórios (ainda sem julgamento). Segundo um levantamento feito pelo G1, há um déficit de 273,3 mil vagas no sistema carcerário e a taxa de ocupação dos presídios no país chegou a 197,4%, o que significa que praticamente dois presos ocupam 1 vaga.
O Sistema Penitenciário Brasileiro reproduz e amplia a desigualdade social, gerando as mais variadas violações dos direitos humanos, e, como instituição política, mantém um caráter punitivo e muito pouco ressocializador, deixando à deriva seu papel na recuperação dos condenados. É certo que se o indivíduo encontra-se recolhido em um estabelecimento prisional, é porque desobedeceu a lei e precisa ser penalizado. Porém, o modo como são abandonados dentro de locais degradantes e subumanos não estão em conformidade com os fins atribuídos pelo ordenamento jurídico, gerando assim, a violação dos Direitos Humanos sem que haja manifestação efetiva do Estado.
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Referência de pesquisa: www.jus.com.br




