sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Brasil X México: Semelhanças e Diferenças Identitárias

Por Ana Beatriz Kotinda, Guilherme da Costa Arruda e Maria Eduarda Spedo
Fonte: INEGI

Dados de 2010 apontam que 64,6% dos brasileiros são católicos, já no México, 89,3% da população é adepta dessa religião. Esses dados podem ser evidenciados através de raízes históricas, como por exemplo, a colonização desses países, cujas metrópoles eram majoritariamente católicas que disseminaram seus valores nessas regiões.

Mesmo que a religião mais difusa entre as populações seja a mesma, há uma grande disparidade na cultura desses povos, suas interpretações de mundo e ideologias são diferentes, como por exemplo, o modo como representam a fé e como veem a morte.

As festas da padroeira do México conhecida como Nossa Senhora do Guadalupe é celebrada como uma das datas mais importantes da cidade, onde atrai fiéis do próprio país e de outros diversos, pois esta Santa é também apreciada e reconhecida por diversas pessoas de diversos países. Segundo as crenças do país, a Santa apareceu para o índio Juan Diego em 1531, pedindo-lhe a construção de um templo em sua homenagem, este templo é conhecido, hodiernamente, como “Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe” está localizado no Monte do Tepeyac na Cidade do México.

Fonte: Google Images
Já no Brasil, a santa padroeira é chamada de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Sua aparição foi dada no ano de 1717, quando registros foram feitos no livro da Paróquia de Santo Antônio do Guaratinguetá à qual pertencia a região onde a imagem foi encontrada. Três pescadores, encarregados de garantir o almoço do conde de Assumar, então governador da província de São Paulo que visitava a Vila de Guaratinguetá, eles subiam o rio e lançavam as redes sem muito sucesso próximo ao porto de Itaguaçu, até que recolheram o corpo da imagem. Na segunda tentativa, trouxeram a cabeça e, a partir desse momento, os peixes pareciam brotar ao redor do barco. Para os católicos, portanto, a santa é sinônimo de esperança e devoção.

A cultura mexicana, encara a morte como algo positivo, como uma fase da vida de todos, algo necessário para que o mundo possa ser compreendido. Encaram essa passagem de forma irônica, preservando a memória da pessoa, como forma de respeito e consideração ao falecido. A maioria dos mexicanos acredita que o Dia de Los Muertos (1 e 2 de novembro) serve para homenagear seus entes queridos que passaram para a “outra vida”. No entanto, a maioria dos brasileiros retratam a morte como o fim, a perda da vida e com um aspecto triste. Coincidentemente, no Brasil homenageiam a morte no dia 2 de novembro, conhecido como dia de Finados, para relembrar de seus entes queridos, mas é considerado como algo fúnebre.


Pode-se perceber, portanto, que o México possui semelhanças e diferenças comparadas ao Brasil. Quando o assunto é religião e suas respectivas santas padroeiras, nota-se que a devoção por ambas é semelhante. No entanto, em relação à morte, os brasileiros ainda não aprenderam exatamente a festejar. Nem de forma metafórica.

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